Foi com este grito de guerra que foi encerrada a I Roda de Conversa que ocorreu em 18/11/2015, nos turnos matutino e vespertino, sob a condução das professoras Mariana Dantas e Lucicleide Vasconcelos, ambas ministram aulas de Sociologia, para os alunos dos segundos anos.
Eu, Licia Mª, conheci a fotógrafa Andréa Magnoni, através da postagem do amigo Chicco Assis, pois a mesma havia realizado uma roda de conversa, com a presença de pessoas trans e mostrando sua exposição Andro Salto, no Colégio Ypiranga, também havia exposto no Espaço Cultural da Barroquinha, ambos em Salvador/BA.

Enquanto isso, eu articulava com Andréa como seria essa vinda lá de Salvador. E também chamei Danili Magalhães - Camaçari/BA, para trazer sua contribuição e ele ficou de trazer uma trans mulher, que um dia antes do evento avisou que não poderia vir por causa de compromissos profissionais.
Por fim, nos ajustamos, divulgamos, Andréa fez os convites aos rapazes trans e ficamos conversando até o dia. Mas aí, na madrugada do dia da Roda, Andréa ficou sabendo que as pessoas convidadas não poderiam vir e só lhe restava a esperança remota de Diego Nascimento, um dos convidados, chegar a tempo de uma viagem e vir.
E assim foi...quase no raiar do dia Diego chegou de Brasília, de Van, e se comunicou com Andréa, que logo me relatou e ficamos no aguardo da chegada dos dois.
Mas, eis que "no meio do caminho tinha uma pedra", ops!, tinha uma manifestação e a dupla se atrasou. Entretanto, como a coisa toda estava sendo elaborada com o coração, o Universo conspirou e deu tudo certo.
Andréa chegou, montou a exposição no espaço que nosso colaborador Gilvan havia organizado, Mariana pediu que os alunos arrumassem o pátio e deixassem um lanchinho, preparado com todo carinho, na sala. As outras turmas foram dispensadas e ainda um pouco tensa, Andréa começou sua fala, firme, direta e provocadora. Logo em seguida passou a fala para Diego.
Um capítulo à parte...
Um rapazinho negro, magrinho, com touca na cabeça, óculos meio colorido, a princípio nervoso diante de uma plateia silente e com olhos fixos nele.
O que começou tenso, foi tomando uma dimensão...emoções foram despertadas, conhecimentos foram disseminados, casos foram contados, dúvidas foram esclarecidas, detalhes foram dados, segurança foi transmitida...enfim, os professores Nilson e Silvana ficaram boquiabertos e duvidosos daqueles 15 anos relatados pelo estudante da 8ª série do fundamental II (??? - como assim???), da Escola Estadual Zumbi dos Palmares.
É importante registrar que tivemos a Sra. Rose, mãe de Larissa, do 1ºDM, que aceita bem a orientação sexual da filha e foi em busca de mais conhecimentos sobre o assunto.
No final da manhã, durante o lanche, Diego estava totalmente entrosado com a galera e super à vontade. Nossas meninas e meninos receberam todas as informações de forma séria e demonstraram que o momento foi ímpar, foram receptivos, respeitosos e bastante educados.
Pela tarde não foi diferente, embora algumas pessoas tenham se negado a participar, inclusive de uma forma não simpática, o que entendemos que cada pessoa está num momento diferente das outras, mas houve quem ficasse (bastante gente, inclusive de outras turmas) e demonstraram bastante interesse.
Diego faz parte do IBRAT/BA - Instituto Brasileiro de Trans masculinidade. Entidade que se configura de importância, pois empodera, visibiliza e permite que ocorra os conhecimentos e suas trocas.
O objetivo desta atividade foi discutir gênero na escola, disseminar o conhecimento sobre o assunto e preparar nossos estudantes para o exercício da cidadania no mundo da escola, acadêmico e do trabalho. Que tenhamos menos pessoas preconceituosas no mundo.














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